O primeiro nome nos créditos iniciais é o de Marlon Brando e logo após vem o de Gene Hackman, acompanhado é claro pela magistral música de John Williams. A abertura é longa: entre o Prólogo e o anuncia da direção ocorrem mais de cinco minutos, milimetricamente planejados para gerar expectativa no público.
A história é de Mario Puzo – de Poderoso Chefão – e começa com o julgamento dos três super-criminosos kriptonianos, encabeçado por Jor-El. Neste momento já é possível perceber a prepotência, arrogância e imponência de Zod , que dispara bravatas contra o “juiz”.
Os efeitos especiais de Roy Field eram magníficos para a época, e não fazem feio hoje, claro fazendo-se algumas concessões. Grande parte da magia em Superman é fazer o espectador acreditar que O Homem poderia voar. O roteiro de Puzo se vale das origem contada por Siegel/Shuster, a criança recém-chegada a Terra tem um força descomunal e a demonstração de suas habilidades é muito parecida com a abordagem das primeiras histórias de Action Comics dos anos 30. A criação discreta dos Kent, a forma de esconder os poderes evitando-se exibições e seu uso para benefícios próprios, tornam Clark no herói sempre preocupado com o bem estar dos menos favorecidos. Outro fator que colaborou para isso foi à instrução de Jor-El, por meio do sistema de inteligência artificial kriptoniano, ele diz que a humanidade é boa, só precisa de alguém para guiá-los.
Apesar da lentidão, as passagens de tempo são muito bem executadas, desde o prólogo em Krypton, passando pela infância e adolescência de Kal-El em Pequenópolis. O Herói só veste seu uniforme depois de passados 48 minutos de exibição. A atuação de Christopher Reeve vivendo um pacato repórter capial é muito boa, e o deixa como o completo avesso do imponente escoteiro. Mesmo com Margot Kidder fazendo uma Lois Lane cheia de caras e bocas e voz insuportável, há de se acreditar no casal, graças à química e ao enorme carisma de Reeve. Os outros personagens também possuem uma caracterização bastante peculiar, Lex Luthor em sua primeira aparição assassina um detetive que o perseguia, se auto-intitula a maior mente criminosa do universo – sua personificação varia entre o cientista louco com gênio criminoso extremamente maniqueísta, soberbo e mal por essência. Os capangas também exageram no tom humorístico, mas não é nada que atrapalhe o bom andamento do filme.
Interessante como o Super deixa um barco de algumas toneladas sobre uma avenida bem em frente a uma delegacia – de quem seria a responsabilidade de rebocar o encouraçado? Impressionante também é como o dono da prisão leva numa boa a invasão ao seu “estabelecimento”, onde o herói deixa dois criminosos no interior das dependências do cárcere.
A maneira como o Super-Homem cai na armadilha de Luthor é estúpida, imprudente, óbvia e inaceitável. Nesses momentos os elementos da história parecem inspirados nas versões mais pueris do Super-Homem, como as mostradas no desenho Superamigos. Em contrapartida as façanhas e sacrifícios que ele faz pela população, mesmo com os exageros tornam o caráter cinematográfico ainda mais épico. Suas promessas são cumpridas, o dever com os inocentes é maior que as suas necessidades pessoais. Um ponto fraco no roteiro é o artifício utilizado no final – a viagem no tempo – em que liga-se uma variação de Deus Ex-Machina completamente desnecessária, sem falar no fato disso ser uma desobediência direta a ordem de seu pai de “não interferência na história humana”. Isso mostra que o kriptoniano é suscetível a tentações.
Super-Homem o Filme é um clássico incontestável, mesmo que não seja perfeito. Certamente é o melhor filme de super-herói realizado até o presente momento, além é claro de ter servido de inspiração para as outras adaptações que viriam depois. Uma grande realização de Richard Donner – talvez a mais notável de toda a sua carreira.
Lamento não concordar na plenitude.
Para a época foi um EXCELENTE filme, o melhor que se fez até aquela data.
Mas as pessoas não podem ficar paradas e dizer que é o melhor filme de ssempre e tal!
O Reeves incarnou bem a personagem, sim. Mas como actor é um autêntico canastrão! Bolas… isto de endeusar filmes e dizer que são os melhores de sempre e não se fez melhor (só falta dizer que nunca se há-de fazer sequer igual) eu só posso dizer que é cegueira compulsiva.
Eu vi este filme há poucos dias. Continua um bom filme de super-heróis, descontando que o actor principal é um canastrão a representar, que a Lois Lane é mais feia que a minha avó de costas, que os efeitos estão ultrapassadissímos e que o argumento está cheio de falhas…
Mas se continuarem a endeusar isto, vocês é que perdem, porque nunca mais terão prazer em ver qualquer filme de super-heróis nem que sejam mil vezes melhores…
For God sake… open your mind!
Abraço
Aham Cláudia, senta lá!!!
Nuno Amado, entendi os seus argumentos, mas você se precipitou e muito em alguns pontos. Em momento eu disse que o filme é insuperável, disse que ele é o melhor já feito até AGORA, repare na sentença abaixo:
“mesmo que não seja perfeito. Certamente é o melhor filme de super-herói realizado até o presente momento, ”
Por mais que haja os filmes de Nolan – que não são de super-herói- e algumas boas adaptações da Marvel, ainda assim nenhuma superou este Super-Homem de Donner, principalmente no caráter fantástico e no poder de deixar o público extasiado. Vingadores por exemplo é massa, mas não é nada mítico, analisando com os olhos da época o filme do Azulão era uma coisa de outro mundo.
Efeitos especiais sempre ficarão datados, infelizmente, e eu destaquei algumas incongruências, não se ligue na nota final, se não vc fará papel de menino.
Por favor, faça uma crítica do Superman II sem ser a versão de Richard Donner.
Acho que o Christopher Reeve merece mais respeito como ator e como pessoa. Ninguém fez o Superman tão bem quanto ele.
Além disso, essas incongruências são perdoáveis diante de tantos pontos positivos. E querer que um filme dos anos 70 não tenha efeitos especiais datados é pedir demais.
Sorry se magoei os sentimentos de alguém…
😀
foda-se. ^^
E amo esse filme toda vez que acisto e choro foi uma obra de arte parabéns nunca me canso de alugar ofilme