Crítica | Apollo 18
Há mais de quarenta anos, o astronauta Neil Armstrong colocou seu nome na história como o primeiro homem a pisar em terreno lunar. “Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade“, esta célebre frase foi proferida pelo cosmonauta pouco antes de sair do módulo lunar da Apollo 11 e entrar para a história da humanidade.
Ok… Não contesto a veracidade da história e muito menos a capacidade humana de desenvolver sua tecnologia a ponto de conseguir, realmente, pisar na lua. Mas, há mais de quarenta anos, a pergunta que não quer calar e que permeia todas as rodas que comentam a notícia é a seguinte: Por que diabos não voltamos mais para lá?
Esta é a premissa básica da produção cinematográfica que estreou nos cinemas brazucas na última sexta-feira. Será que existe algo naquela bola amarela que as pessoas não podem ver? Estaria o homem evitando um problema desnecessário e renegando o capricho de uma segunda viagem à lua em prol do bem comum?
Apollo 18 me impressionou pela narrativa pouco comercial. O filme, com toda a pinta de ser uma produção independente de baixo orçamento, conta a história de três astronautas americanos, tripulantes da nave título do filme. Em sua missão de instalar câmeras e transmissores em terreno lunar com o suposto propósito de vigiar as incursões soviéticas ao satélite, os cosmonautas respondem a outra pergunta fundamental da humanidade: Estamos realmente sozinhos no universo?
Captado quase que inteiramente em Steady Cam, as imagens mostram-se amadoras e de baixa qualidade e cumprem o propósito documental da trama. Todos os takes do longa foram filmados pelas câmeras de mão dos astronautas e pelas instaladas no interior da nave e do módulo lunar, dando um caráter mais caótico e imersivo às cenas.
A viagem ao satélite e a aterrissagem em solo lunar transcorrem dentro do programado e dá-se início ao processo de instalação das câmeras e do transmissor que espionará os russos. Tudo transcorre normalmente até que os dois personagens responsáveis pela instalação dos equipamentos encontram um módulo lunar soviético abandonado e um cosmonauta russo morto, demonstrando que a verdade oficial contada pelo governo americano de que os Estados Unidos eram a única nação a pousar na lua é colocada em xeque pelos dois militares. As verdadeiras intenções da missão da Apollo 18 fica clara para os dois astronautas após um acidente ocorrido com o traje espacial de um deles e ambos percebem que não estão totalmente sozinhos no satélite.
O filme é lento, caótico, e bocejei forte algumas vezes. A narrativa é diferente de todas as outras que entraram em cartaz nas últimas semanas, e talvez por isso valha muito a pena uma visitinha à sala escura. O filme parte de uma pergunta bastante verdadeira e que, desde sempre, me intrigou. Se os astronautas pisaram na lua em 69, por que nunca mais voltaram para lá? Com o casting bem reduzido, o filme com orçamento avaliado em mais ou menos US$ 5.000.000 pôde se concentrar em gastar com locações e efeitos. Gostei bastante de todas as locações utilizadas (a lunar é impressionantemente crível, para um filme deste orçamento), os efeitos de gravidade zero e até mesmo a maquiagem do filme tornaram-se excelentes após a pós-produção. Não vá ao cinema esperando excelente qualidade de imagem e de som, nem cenas de ação “Michael Bayanas”e você vai se interessar pelo filme.
Por falar em qualidade de imagem, a qualidade dela na telona ficou totalmente aquém ao que foi mostrado neste trailer: